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terça-feira, 28 de maio de 2013

As celebridades brasileiras mais palosas de todos os tempos

Publicado em  por blogdamaryjuana



A proibição da maconha no Brasil não só estimula o tráfico como exige dos canabistas alguns cuidados e muita discrição na hora de adquirir a erva sagrada no varejo. Afinal, qualquer erro pode ser fatal para quem vive sob a pressão de leis intolerantes. Que o digam as celebridades a seguir, vítimas do proibicionismo e da própria fama, que acentua os julgamentos e preconceitos dos hipócritas de plantão. Grandes ou pequenos, cômicos ou trágicos, os vacilos a seguir poderiam ter sido cometidos por qualquer maconheiro mais desatento – até mesmo você ou eu. Mas, por envolverem figurinhas carimbadas da mídia, ganharam repercussão geral e entraram para a história das Grandes Palas Brasileiras. Aprenda com o exemplo dos famosos a não dar mole por aí.

MARCELLO ANTONY

Porto Alegre, abril de 2004. Junte um ator global, quase 100 gramas de maconha, um improvável cheque e um flagrante em plena madrugada. Eis aí ingredientes de um escândalo digno de repercussão durante semanas em toda a mídia, transformando o galã Marcello Antony na celebridade brasileira maispalosa dos últimos tempos.

No auge da fama – após atuar em novelas como Mulheres Apaixonadas e Senhora do Destino - Antony foi preso enquanto comprava 96 gramas de maconha – supostamente do clone - na madrugada do dia 17 de abril de 2004. Mas o que transforma o ator num verdadeiro ícone no quesito vacilo canábico não é o flagra em si, mas o cheque de R$ 400 com que pagou pela erva – e que caracterizou o crime. Pagar traficante com cheque? Ei, Marcellinho, você está fazendo isso t-o-t-a-l-m-e-n-t-e errado!

Na ocasião, o bonitão carioca participava das filmagens de um curta-metragem na capital gaúcha. Sem supor que seus contatos estavam sob investigação policial, Anthony recebeu a galera no próprio hotel onde estava hospedado, localizado na Avenida Borges de Medeiros. Autuado em flagrante, foi imediatamente levado ao Denarc gaúcho, onde passou a noite lavrando um nada agradável auto de prisão.

Enquadrado como usuário, o ator fez um acordo com a Justiça, comprometendo-se a doar uma quantia em dinheiro para a Cruz Vermelha, além de comparecer a reuniões de um grupo de apoio a dependentes químicos. Depois dessa, o galã no mínimo aprendeu a regra básica do maconheiro malandro: pagamento, só em espécie.

GILBERTO GIL



Não seria exagero dizer que Gilberto Gil está para o Brasil assim como Bob Marley está para a Jamaica. Um dos principais precursores do reggae no país, o músico baiano também é um canabista de mão cheia. No seu aniversário de 70 anos, no último dia 26 de junho, Gil disse que fumou maconha até os cinquenta anos e que a erva teve importância fundamental para a MPB. “Gostava da maconha principalmente por causa da música. Certas sinapses desencadeavam uma liberdade auditiva. Corpo e alma percebiam essa inteligência. Costumo até brincar que tanto a bossa nova como o reggae, que têm doçura e suavidade, são gêneros que foram beneficiados pela maconha”, falou em entrevista à Folha de São Paulo.

Como não poderia deixar de ser, o ex-ministro da cultura também já deu suas palas por aí. Tanto que, na década de 1970, transformou-se numa espécie de mártir da luta pela legalização da maconha por ter sido alvo da repressiva lei anti-drogas em vigor na época, que previa pena de reclusão de seis meses a dois anos para quem fosse flagrado com qualquer quantidade de substância proibida.

A polêmica prisão do músico ocorreu em 1976. De passagem por Florianópolis para uma apresentação com os Doces Bárbaros, Gil e o baterista Chiquinho Azevedo foram presos por porte e consumo de maconha. Flagrados no hotel com um baseado na carteira, foram imediatamente recolhidos à cadeia pública. Após ser reconhecido como usuário, Gil foi condenado a se internar num sanatório e declarou, com a simpatia e a coerência que lhes são peculiares: “eu não sabia que fumar maconha era crime”.

ROBERTO CABRINI


Esse nem rodou com maconha, mas vale a pena entrar na roda por ter aberto um precedente sensacional no universo das palas - especialmente para os coleguinhas jornalistas. Ao ser detido na capital paulista com dez papelotes de cocaína em seu carro, em 2008, Roberto Cabrini alegou que estava realizando uma reportagem investigativa sobre tráfico de drogas naquele exato momento.

Conduzido à delegacia, enquadrado por tráfico e liberado na mesma noite, o repórter insistiu na hipótese de que foi “vítima de uma armação”. A Corregedoria da Polícia Civil de São Paulo reconheceu a versão em 2011, ao concluir que Cabrini realmente foi alvo de armação de policiais civis. Na época, ele estava acompanhado de uma mulher que havia lhe prometido entregar vídeos comprovando a ligação entre integrantes do PCC e policiais. Segundo a investigação, ela teria comprado a droga para forjar o flagrante e avisado os policiais na sequência.

Seja como for, #todosamam a desculpa que Cabrini deu na hora do flagrante: “não é meu, é tudo pra uma REPORTAGEM”. Uma das palas mais bem justificadas do jornalismo brasileiro.

ANDRÉ GONÇALVES


Sinônimo de confusão e sedução por onde passa, o ator&pegador André Gonçalves ocupa lugar de honra na relação das celebridades mais palosas de todos os tempos. E nem precisou de flagrante, porque o bafão protagonizado por ele durante um voo de São Paulo para Nova Iorque, em julho de 2001, é digno do Troféu Bad Trip do século.

Após supostamente misturar calmante com bebida alcóolica, André deu início ao tumulto nos ares, com direito a gritos, cuspidas, distribuição de tapas e pontapés nos comissários e uma tentativa de assédio sexual ao…Pelé(!!). Segundo testemunhas, ao perceber que o eterno craque do futebol estava na aeronave, o ator tentou beijá-lo. Acabou amarrado à poltrona, amordaçado e sedado, forçando uma escala de emergência em Belém, onde foi despachado e encaminhado para um hospital psiquiátrico. Fica a dica: em caso de paranoia, não embarque!


CHARLES PARAVENTI

Talvez você não se lembre de imediato desse maluco. Eu pelo menos não me lembrei. Mas, olhando bem, é possível reconhecê-lo de programas globais comoMalhação ou filmes a exemplo de Cidade de Deus. Para o universo canábico, no entanto, Charles Paraventi representa o típico estereótipo do maconheiro azarado. Em 2006, foi preso duas vezes no Rio de Janeiro por porte da erva, sempre com pequenas quantidades.

A primeira delas ocorreu na favela da Rocinha, ocasião em que foi acusado de tentar subornar os policiais. Tempos depois, foi detido em Ipanema com um cigarro de maconha e autuado como usuário de drogas. Além desses vacilos, Paraventi já frequentou a delegacia por envolvimento em episódios mais sinistros, incluindo uma briga num restaurante carioca, em 2004, e por dar um tapa em sua ex-mulher, no ano passado. Antes fosse um tapa na pantera, né, Charlito…

RITA LEE


Eterna musa musical, Rita Lee também faz bonito na hora de declarar seu amor à canábis. Tanto que, em janeiro de 2012, chegou ao ponto de ser presa acusada de apologia durante um show em Aracaju (SE). Ao perceber que a polícia estava enquadrando os maconheiros da platéia, a cantora de 64 anos não mediu palavras contra a ação, xingando os agentes e pedindo pra galera passar o “baseadinho” pra ela fumar. “Seus filhos da puta, agora vem me prender! Por causa de um baseadinho, é isso? Cadê o baseadinho para eu fumar aqui agora?”, bradou, em cena que pode ser facilmente conferida no Youtube.

Não foi a primeira pala da titia. Em 1976, no auge da ditadura militar e durante sua primeira gravidez, Rita foi presa por porte e uso de maconha. O flagra: restos e pontas de cigarros de canábis, deixados por amigos da cantora, que garante que nem sequer estava queimando um por conta da gestação. A condenação: prisão domiciliar de um ano, período em que ela precisou de permissões especiais para sair de casa e realizar shows. Mais tarde, a ação foi considerada como mais uma das arbitrariedades do regime militar com o objetivo único de servir de “exemplo” para os jovens da época.

*texto publicado originalmente na semSemente #2
**ilustrações: Emílio Rangel

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